Miró secretário de estado da cultura...

Ontem, na sequência do "negócio" dos quadros de Miró, o secretário de estado da "cultura", fez umas declarações no mínimo estranhas. Se eu fechasse os olhos no momento das suas declarações, de certeza que me iria parecer que era o ministro das finanças a falar. A preocupação do homem não era, como seria de esperar, a preservação da cultura em Portugal mas sim reduzir o encargo do BPN para o país.

Se este governo se preocupa assim tanto com o valor do negócio BPN porque é que ofereceu o património do banco aos seus compradores por 40 milhões de euros? O governo queria com esta operação fazer o mesmo valor pelo qual vendeu o BPN. Excelentes negócios, não haja dúvidas.

Mas há mais... Foram conhecidos vários pareceres, pedidos pelo governo, acerca da venda deste património e todos eles foram NEGATIVOS mas nem isso fez o governo mudar a sua intenção. Porque razão se pedem pareceres a técnicos para depois os ignorar?

A PARVALOREM fez uma outra declaração interessante acerca do mesmo "negócio". Dizem estes senhores que os quadros saíram do país sem a sua autorização. Vamos lá ver uma coisa - se eu levo alguma coisa que não me pertence sem a autorização do dono é considerado ROUBO, certo? Então, a PARVALOREM foi roubada e não apresentou queixa? Estranho...

Enfim, este foi mais um exemplo claro do que este governo está a fazer a Portugal. Já conhecíamos a vertente anticonstitucional, a vertente anti reformados e pensionistas, a vertente anti funcionários públicos, a vertente anti património empresarial do estado e agora descobrimos a vertente anti cultura. Muito bem...

Para terminar deixo um conselho ao secretário de estado da "cultura" - se a sua preocupação é o estado das finanças portuguesas, porque não colocar à venda o Mosteiro dos Jerónimos, o Panteão Nacional, o Bom Jesus de Braga, a Torre de Belém e mais uns quantos ícones da nossa cultura? Olha que era capaz de ser um bom "negócio".

Jorge Fernandes

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