IRREVOGÁVEL

Portugal descobriu esta semana um novo significado para a palavra IRREVOGÁVEL. Aprendemos, através do mais sem vergonha dos políticos portugueses, que a definição dos dicionários da Porto Editora estão super desactualizados. A definição: definitivo; que não volta atrás, só se aplica quando utilizado na boca ou na caneta de alguém que se dá ao respeito.

Paulo Portas, para mim o politico com menos vergonha no mundo e arredores, fez mais uma das suas jogadas politicas. Como todos o conhecemos bem (quem não se lembra do Paulinho das feiras que atacava todos e defendia os pobres dos reformados e pensionistas), e com a sua imensa sede de poder, não  pestanejou em deixar o país em suspenso fazendo uma birra descomunal.

Mas qual foi o objectivo desta palhaçada??

Apenas e um só - MAIS PODER...

Este "senhor"  é capaz de vender a alma ao diabo se poder ganhar mais algum poder. Confesso que sinto uma tremenda vergonha por ver o meu país entregue a este género de sanguessugas.

Mas nesta historia há mais alguns intervenientes que (não) me surpreenderam. Comecemos pelo mais alto na hierarquia do país. Aníbal Cavaco Silva - sentiu-se traído pelos catraios que até terça feira defendeu como a própria vida. Gozaram com ele - não merecia outra coisa. Pedro Passos Coelho foi igual a ele mesmo. Continuou a lutar pelo que acredita mesmo quando o que ele acredita é o mais errado possível. Disse que não abandona o país - que pena, afinal foi isso que ele aconselhou os desempregados a fazer...

E no final, vai continuar tudo igual. O povo vai continuar a sofrer, a sentir uma dificuldade tremenda em pagar as suas dívidas, a ser espezinhado por uma classe de empregadores que à custa da crise baixa salários e retira regalias e a sentir a pressão dos bancos quando se atrasa no cumprimento dos sem compromissos.

Irrevogável é a vontade dos portugueses em mudar de rumo.

Ai Portugal, Portugal...

Jorge Fernandes